António Alonso nasceu em Dalatando , Kuanza Norte - Angola em 1960 .
Vive e trabalha em Barão de S. João , concelho de Lagos .
De África trouxe os aromas da terra e as cores dos frutos , sabendo nós que dentro do vermelho duma translúcido de uma pitanga pode caber um arco-íris .As brincadeiras nas fazendas com os brinquedos criados do nada , o desenrolar das fantasias longe das imagens estereotipadas da televisão ( que não existia por aquelas terras ) , o tempo e o espaço de outras dimensões como cenário , alimentaram o imaginário de António Alonso .
A vinda para Portugal em 1975 e a redução inevitável da linha do horizonte , provocaram uma difícil adaptação . Passa a residir , a partir de então , em Coimbra .
Os ocres e óxidos de ferro dos cenários amplos de outrora , são substituídos por uma gama de cinzentos predominantemente urbanos . Talvez por não querer perder a paleta ainda impressa na retina , António Alonso inicia a sua atividade como pintor , em 1978 .
Em 1981 ruma ao sul em busca de maior claridade e fixa-se em Barão de S. João . Aí estabelece um contacto intenso com os habitantes mais antigos e integra-se no meio rural . A pintura era um segredo guardado por entre cebolas , couves e alhos .
A área por onde se move vai alargando e o afastamento gradual da ruralidade leva-o a uma presença mais assídua em Lagos .
Em 2005 expõe as suas pinturas no centro cultural de Lagos : " Pinturas da Casa Redonda " . É então revelado o segredo e a mostra pública da sua obra surge como uma plataforma promocional . Entre várias exposições individuais e coletivas destaca-se " Registos " , na galeria Novo Século em Lisboa .
Em 2008 viaja para Cabo Verde onde desenvolve uma residência artística com a comunidade dos Rebelados , na ilha de Santiago . De novo em viagem , desta vez para oriente , é convidado a pintar um mural na Design Festa Gallery em Harajuku na cidade de Tóquio em 2009 . Neste mesmo ano viaja para Nova York com a ideia de testemunhar a geometria da cidade e vive em Harlem . Aí conhece a artista Aletha Brown e torna-se membro da Harlem Arts Alliance ,sendo convidado a expor na galeria M : " Extra in Harlem ".
Em 2010 e com as impressões reunidas das experiências anteriores , expõe no Palácio da Galeria em Tavira : " Viagens e outras Áfricas " .
Retorna a Nova York para frequentar um curso de escultura em metal na art student league e torna-se membro desta instituição . Daí resulta uma incursão pelo tridimensional que vai influenciar o seu percurso artístico .O resultado desta experiência é exposto na galeria Novo Século : " Made in NY " .
Em 2011 participa no Figment em Governors Island em NY com uma instalação de 750 palmilhas em cortiça e algodão : " Go on Foot " , numa estreita interação com o público . Neste mesmo ano expôe na Soap Box Gallery em Brooklyn " Urban Zoom " - resultado duma coleta de objetos encontrados no meio urbano .
De regresso a Portugal, cria a performance : " Made in Barão " , articulando som, imagem e movimento numa coreografia dirigida por Nelda Magalhães , apresentada na aldeia de Barão de S. João , onde vive .
É convidado em 2012 a expõe na Academy Bassi em Remagen-Bonn : " Here and There " , abrangendo um vasto período de pinturas e objetos criados no atelier da casa redonda .
Regressa a Nova York para uma exposição individual na galeria M : " África watching me ; watching you " . Neste mesmo ano - 2012 , tem uma segunda participação no Figment , onde retoma a apresentação da performance " Made in Barão " .
Em 2013 expõe na Galeria Santo António em Monchique : " Arte Confronto " . Cria uma pintura experimental com esmaltes sintéticos sobre tela de algodão e sobre metal . Neste mesmo ano participa juntamente com o artista Checo Radeck Zink , numa exposição na galeria Braço de Prata em Lisboa : " Chemical Trails ".
Em 2014 participa nas comemorações do 25 de abril , em lagos ,com uma intervenção no centro cultural , no mercado de escravos e no muro da rua da Barroca : " Antes que Acabem " - aborda o tema dos direitos humanos , da constituição da república Portuguesa e da liberdade .
Em 2015 volta à Alemanha e expõe na galeria K em Grunern-Freiburg : " Dialogues " - consiste numa reutilização de objetos ligados ao vinho , complementada com uma intervenção nas páginas centrais do jornal local Badische Zeitung .
Em 2017 expõe na galeria Novo Século em Lisboa : " Aqui á Latas " . Durante seis semanas e no decorrer da exposição , o artista recria um ambiente de trabalho onde permanece em interação com os visitantes .
Em finais de 2019 e com o surgimento da pandemia provocada pelo Corona vírus , António Alonso entrou numa produção frenética , agora exposta no centro cultural de Lagos : " Com os Pés nas Nuvens " .
Biografia por Mara Taquelim